21/06/2022

Volatilidade em ações é uma certeza, não é opção.

“Quando os meus amigos e familiares me perguntam o que fazer agora, eu digo: nada, caso não haja capital disponível, ou adicione capital mês a mês, sem grandes expectativas de acertar o ponto mínimo, porque isso, do ponto de vista psicológico, é extremamente perigoso, pois quando essa expectativa se frustra, a tendência é você fazer besteira.”

 

A partir de perguntas enviadas pelos assessores que participaram da live, Pedro falou sobre o cenário macro, o que a IP tem feito nesse momento desafiador, o que estão olhando além da possível recessão americana, entre outros temas.

Confira os principais destaques:

Cenário

Passamos atualmente por uma indigestão econômica nos EUA. Com uma inflação alta sendo ultimamente percebida como persistente, há um aumento no esforço do FED para combatê-la. A expectativa de juros passa a ser cada vez maior, gerando aversão aos ativos de risco. Para piorar a situação, a guerra da Ucrânia ainda não teve um desfecho.

O que temos feito

Montamos algumas posições táticas que raramente são utilizadas nos fundos, como put spreads no S&P e Nasdaq, posições tomadas em juros americanos e posições compradas em petróleo. 

Essas posições buscam nos dar fôlego, caso o esforço requerido para o FED controlar o atual cenário seja ainda maior que o esperado.

Temos trocado ativos que têm menos visibilidade no fluxo de caixa livre por ativos que tenham mais visibilidade. Em resumo, estamos trocando um ativo barato por outro ativo barato com mais visibilidade.

Empresas

Buscamos investir em empresas que possuem motor próprio de crescimento, que dependem menos do PIB.

Nas empresas investidas, ainda vemos pouco impacto e as operações continuam sólidas. Estamos atentos à possível recessão, porém buscamos entender aquilo que não vai mudar. Esses são alguns exemplos:

Propaganda se tornará cada vez mais digital, uma vez que assim ela é mais eficaz para o anunciante, trazendo maiores retornos.

Computação na nuvem continuará a ser adotada pelas empresas, que assim economizam capital, uma vez que não precisam comprar datacenters e tornam-se mais ágeis no desenvolvimento dos seus produtos.

Streaming continuará a ganhar mercado, uma vez que é um produto muito melhor que a TV a cabo.

E-commerce continuará a penetrar o varejo, pois oferece mais seleção e conveniência para os usuários.

A revolução dos medicamentos biológicos continuará forçando as farmacêuticas a uma corrida por pesquisa, desenvolvimento e instrumentação para que estejam aptas a produzir esses medicamentos.

 

Por mais que possa haver uma desaceleração em momentos de crise, acreditamos que esses são setores que tendem a apresentar crescimento ao longo do tempo. Nesse cenário, temos ações dos líderes desses segmentos negociando a múltiplos não vistos desde 2013/2014, o que nos faz enxergar uma boa margem de segurança.

 

As ações de Google, Charter, Amazon, Berkshire Hathaway e XP, que são empresas com vetores de crescimento de longuíssimo prazo excelentes, líderes nos seus setores, estão sendo entregues a preços muito descontados.

Saíram do portfólio

Mercado Livre e Facebook/Meta. 

A primeira é uma empresa que admiramos. Mas por mais que tenha uma capacidade imensa de crescimento e uma gestão fantástica, temos dificuldade de entender quanto de caixa a empresa vai gerar e quando isso acontecerá. Como dito anteriormente, trocamos um ativo  barato por outro ativo barato com mais visibilidade. 

Já o Facebook/Meta, eliminamos por uma questão competitiva (TikTok). Decidimos não participar dessa briga, como explicamos em detalhes no último relatório de gestão.

Posição em XP

Não houve mudanças relevantes na empresa. Há um overhang da venda das ações de posse do Itáu. Existem algumas dificuldades pontuais de crescimento, porém acreditamos que a máquina de distribuição da empresa e os bons produtos oferecidos aos clientes manterão o crescimento dos negócios. A XP entregou resultados melhores do que esperávamos desde o IPO. Achamos que a empresa negocia a um preço muito barato e estamos aumentando a posição gradualmente.

Brasil vs Global Equities

Temos aumentado gradualmente a posição no Brasil comparado ao mercado internacional, porém encontramos dificuldades de encontrar convicção nos nomes específicos para adicionar na carteira.

Olhando para cá, vemos um mercado que já passou pelo aperto de juros, o que o coloca mais à frente no ciclo se comparado aos EUA. Analisando os ativos, vemos pouca coisa que nos encanta. Ações de empresas de commodities, estatais e bancos tradicionais estão bem descontadas, porém quando nos perguntamos se esses são negócios que gostaríamos de segurar por muito tempo, a resposta é não. 

Entretanto, temos conseguido aproveitar os preços descontados no mercado brasileiro em  ativos em que encontramos atributos que nos atraem mais, como Equatorial, Hapvida, Rede D´or, Multiplan e XP.

Recado para o investidor

Respeite seu estômago! É um período muito duro, mas o que me faz dormir tranquilo é a qualidade dos ativos que nós temos. Já passamos por vários outros momentos parecidos no passado.

Volatilidade em ações é uma certeza, não é opção. Volatilidade não é um mero ruído e pode ser forte, como a que estamos vivendo hoje. 

Nossa carteira é uma coleção de empresas extremamente dominantes, com estruturas de crescimento muito claras e negociadas a preços muito descontados. O que fazer nessa situação? Esperar. Se possível, aportar gradualmente sem expectativa de acertar o ponto mais baixo do mercado. 

Assista na íntegra

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