11/05/2022

“No mercado de ações, o órgão mais importante é o estômago. Não o cérebro.”

“O que percebemos é que nas últimas semanas o mercado está passando por uma sessão de pânico, vendendo tudo a qualquer preço. Eu já vi esse cenário em outros períodos, já vi isso em 2008 e para mim são sempre cenários frutíferos, para você acumular patrimônio, para você investir em empresas excepcionais.”

A partir de perguntas enviadas por assessores de investimento que participaram da live exclusiva, Raoni falou sobre o cenário macro, a queda do setor de tecnologia, oportunidades na bolsa brasileira, as movimentações recentes no portfólio da IP, as oportunidades da renda variável frente à renda fixa e outros temas.

 

Confira os principais destaques:

 

Cenário

O momento é difícil e estamos passando por um período de forte correção como em crises anteriores. As small caps americanas, por exemplo, estão próximas às correções observadas no período do COVID e em 2008.

A alta da inflação global torna o cenário macroeconômico mais complicado, porém o mercado sofre por antecipação, tentando precificar ao máximo essa conjuntura.  

Nossa percepção é que muitas oportunidades surgem quando o mercado extrapola. 

 

Setor de tecnologia

O setor de tecnologia foi jogado às traças, com muitas empresas que caíram muito. Porém, ao analisar as empresas dominantes e fortes geradoras de caixa, como Google ou Microsoft, enxergamos os negócios como sendo mais do setor de utilities do que tecnologia em si, por terem se tornado essenciais à humanidade. 

 

Bolsa brasileira

A maioria das empresas listadas em bolsa no Brasil são negócios mais maduros, que não crescem tanto, como commodities e bancos. Portanto, os negócios que possuem maior crescimento e geração de valor são poucos, de 15 a no máximo 20 empresas.

O que observamos nessas últimas semanas é que essas empresas caíram drasticamente. XP e BTG, que se enquadram neste perfil, estão com valuations próximos das suas mínimas históricas.

Negócios que são excepcionais no Brasil estão geralmente muito bem precificados, porém, finalmente estamos tendo oportunidade de ver essas empresas negociando a valuations muito atraentes.

 

Renda variável ou renda fixa?

Estamos vendo uma migração indiscriminada dos investidores de fundos de ações e multimercados para a renda fixa. As rentabilidades oferecidas hoje na renda fixa são realmente atraentes, mas o que observamos no nosso portfólio são a maioria das ações com uma TIR implícita potencial acima de 20%, que são retornos muito superiores do que a renda fixa oferece.

 

Perspectivas

Estamos passando por um período de dor, não só nossa, mas como no mercado americano, com um colapso das ações. Porém, dentro das empresas aconteceu muito pouco ou quase nada. É importante saber que embora haja uma oscilação enorme nos preços, no mundo dos negócios reais não há essa oscilação.

Perguntado sobre perspectivas de retornos no longo prazo, Raoni comenta: “o mercado está em modo risk off, é um momento oportuno para você tomar risco (…) se a gente não estiver animado agora, estaremos animados quando?”

 

Movimentação recente nas carteiras

A posição exterior vs Brasil está estável, mantendo-se por volta de 2/3 no exterior e 1/3 no Brasil. Algumas posições específicas foram aumentadas no Brasil, como Rede D’or e XP, mas vendemos B3, que teve uma boa performance no início do ano e aproveitamos para trocar por negócios com preços mais deprimidos. 

Não mudamos drasticamente a carteira. A maioria das companhias investidas estão no nosso portfólio desde 2019, no mínimo. Uma nova aquisição foi a Rede D’or. Reforçando o que já dissemos anteriormente, não temos a estratégia de ficar pulando de galho em galho de acordo com o cenário. Se fizermos isso, assumimos uma postura pró cíclica ao invés de contra cíclica. 

 

Veja o bate papo na íntegra: