29/04/2022

“Eu não acredito que você consiga ser um bom investidor pulando de galho em galho”

O sócio da IP Capital Partners, Pedro Andrade, participou recentemente do programa Skin In The Game, da Nord Research. Ele falou sobre o jeito IP de avaliar investimentos, analisou oportunidades na bolsa americana, explicou as empresas que formam as principais posições da gestora e revelou investimentos que não faria de jeito nenhum.

 

A gente separou alguns trechos dessa entrevista.

 

O jeito IP de investir

Acho que o jeito IP de investir começa pela seletividade. Isso é resultado de 34 anos de experiência acumulada pela empresa e de entender que negócios são diferentes. Alguns consistentemente surpreendem, geram muito valor, e quando esse valor se acumula no tempo, os resultados são muito superiores à média. Outros realmente não valem a pena. Podem ter pequenos surtos de rentabilidade, mas se você ficar gastando tempo com eles, tende a ter um resultado muito ruim ao longo do tempo.

 

Seletividade e foco

O tempo é limitado e o mercado é muito competitivo. Você precisa escolher muito bem onde vai alocar seus neurônios para construir uma vantagem competitiva no ativo que está olhando. Para realmente começar a entender uma empresa, demora uns 6 meses de convivência profunda. Mas essa convivência, se for longa, só vai melhorar a sua capacidade de tomar decisões e interpretar o que está acontecendo naquele negócio. Eu não acredito que você consegue ser um bom investidor pulando de galho em galho, mudando o tempo inteiro o que você está observando.

 

É um bom momento para investir na bolsa americana?

A IP tem 2/3 alocados no exterior. A gente acha que o mercado americano tem oportunidades maravilhosas. As pessoas ficam muito fixadas nos ciclos. ‘Ah, como o mercado americano andou versus o mercado brasileiro’. Temos que reconhecer a geração de valor do mercado. Se você olhar quanto os negócios cresceram nesse período – e acho que as big techs são um exemplo emblemático – e dizer que isso é apenas um ciclo, que tudo vai ser destruído, eu acho muito difícil que aconteça. O ambiente americano é de inovação contínua. São as empresas mais competentes do mundo, que acessam mercados globais. Ainda há muito valor a ser gerado lá fora. E no final das contas, a gente olha empresa a empresa, perguntando: onde estão os melhores retornos esperados? Nos EUA ou no Brasil? A frequência de retornos excepcionais ainda é maior nos Estados Unidos.

 

E quando a empresa atende a todos os critérios da IP, mas a ação está cara?

Geralmente, você precisa de algum ruído para conseguir um bom ponto de entrada. Pode haver a sensação de que não vai se encontrar uma boa empresa e barata. Mas a nossa experiência diz que acontecem muitas situações desse tipo. No mercado norte-americano, as narrativas são muito propagadas pela mídia, tanto as pessimistas quanto as otimistas. E disso também saem as oportunidades.

 

Como tolerar um resultado de curto prazo de ação ruim?

Acho que o maior desafio é não ser teimoso. Segurar se for pra segurar e aumentar se for realmente para aumentar. É muito útil ter uma equipe diversa em que todos estão participando da tomada de decisão. E que por mais que você tenha um líder que analisa aquela determinada empresa, há pessoas equipadas com conhecimento sobre o negócio para questionar e ver se é realmente naquele caminho.

 

Pedro Andrade falou ainda de quais ativos não podem faltar na carteira e em quais nunca investiria. Ele também relembrou de cases da IP com Apple, Netflix e Facebook.

 

Para assistir à entrevista completa, é só clicar aqui.

https://www.youtube.com/watch?v=JYlF2Rwi6kg