17/05/2022

O goleiro do seu time deveria pular no pênalti?

O que o comportamento dos goleiros no momento da cobrança de um pênalti pode nos ensinar sobre investimentos?James Montier, em seu livro The Little Book of Behavioural Investing, compartilha alguns dados interessantes. 

Um estudo analisou 311 cobranças de pênalti dos principais campeonatos do mundo. De forma geral, as cobranças são bem divididas: ⅓ dos jogadores cobraram no centro, ⅓ no lado direito e ⅓ no lado esquerdo. 

Entretanto, em 94% das vezes os goleiros pularam para a direita ou esquerda e em apenas 6% das vezes os goleiros não pularam para algum canto, esperando a cobrança no meio do gol. .

De acordo com as estatísticas, quando o goleiro fica parado e a bola vai no centro do gol, ele tem 60% de chance de defender, percentual bem maior do que quando eles acertam o canto do chute. Ainda assim, eles ficam no centro apenas 6% das vezes.

Os goleiros então foram perguntados porque eles pulam, ao invés de permanecer no centro, onde eles teriam mais chance. A resposta típica foi: “ao menos sinto que estou fazendo algo, ao invés de ficar parado e ver a bola entrar no gol”. 

 

Esse é o viés da ação: faça alguma coisa. 

Esse é o viés da ação: James afirma que ele tende a se intensificar após uma perda. Quando sofremos uma derrota ou até um prejuízo em investimento, há um viés cognitivo gritando  para você: faça alguma coisa

 

Para provar isso, psicólogos fizeram o seguinte experimento:

João é técnico do Value Investing FC e José é o técnico do Omaha FC. Ambos os times perderam a partida anterior por 4 a 0. 

Para os jogos do final de semana, João promoveu 3 mudanças na escalação do Value Investing, enquanto José manteve a mesma escalação do Omaha. Resultado:os dois times perderam novamente por 3×0. Quem se sentirá mais culpado?

O cenário foi apresentado de forma diferente para grupos distintos. O primeiro grupo foi apresentado ao fato descrito acima. Ao segundo grupo não foi dito o resultado da partida anterior, apenas que os técnicos promoveram as mudanças. Ao terceiro foi dito que os times haviam vencido a partida anterior, os técnicos promoveram as mudanças e perderam o jogo do final de semana.

Para os que receberam a informação que os times haviam vencido a partida anterior, 90% dos entrevistados disseram que João, que modificou a escalação, se sentiria culpado com a derrota. Os que sabem que o time havia perdido a partida anterior, José, que não fez nenhuma mudança no time, se sentiria mais culpado para 70% dos entrevistados.

A lógica é que se o técnico tivesse feito mudanças no time, talvez ele não perderia a segunda partida seguida. 

Ao lidar com perdas, o viés de ação é altíssimo.

Nestes momentos, precisamos lembrar da frase de Paul Samuelson:

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